sábado, 28 de janeiro de 2012

Leituras

O Livro: A cidade das palavras - a história que contamos para saber quem somos, de Alberto Manguel, renova a paixão e verve a velha metáfora da república das letras, convocando autores antigos e modernos, do Oriente e do Ocidente, para um simpósio imaginário em torno de uma questão muito real: por que vivemos juntos? Os conflitos, os avanços e as contradições do século XX atingiram praticamente todas as sociedades humanas na Terra, vincularam os destinos humanos em escala global e minaram a força das definições tradicionais do que seja a vida em sociedade. Homens e mulheres do século XXI, inquietos com os perigos e problemas práticos que têm pela frente, deverão ainda traduzir em novas palavras, muna escala que vai do individual ao planetário, as glórias e desgraças da vida em comum. Debruçando-se sobre as obras do passado e do presente em que homens condensaram o melhor de seu esforço imaginativo, nossos contemporâneos encontrarão subsídios para essa tarefa monumental. É o que faz Manguel em A cidade das Palavras, convidando o leitor a reviver as tribulações de Gilgamesh, escutar a voz angustiada de Cassandra e lançar-se à aventura - nas vastidões geladas de um filme inuíte ou no silêncipo sideral de 2001: Uma odisséia no espaço.
Manguel reflete vários pontos importantes no livro em relação ao novo leitor/consumidor que temos, as estratégias de marketing. Afirma que muita gente não entrou no ramo do livro por amor à leitura, mas por considerar um objeto vendável e lucrativo.
No capítulo 5, trancrevo as ideias do autor: "[...] chegamos ao mundo criaturas  inteligentes, curiosas e ávidas de instrução. É preciso tempo e esforço imensos, em termos individuais e coletivos, para embotar e por fim sufocar nossas faculdades intelectuais e estéticas, nossa percepçào criativa e nosso  uso da linguagem. [...] Em vez de promover livros de vistas largas e profundas, a maior parte da indústria editorial contemporânea não faz mais que criar objetos unidimensionais, livros feitos apenas de superfície e que não abrem possibilidades de exploração a seus leitores".(p.116-117)
Todas as reflexões presentes no livros são dignas de profunda análise. Fica a dica de leitura.

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